RESENHA CRÍTICA "CINEMA, ASPIRINAS E URUBUS"
por Marcelo Hailer -
marcelo.hailer@gmail.com
Clique Aqui e conheça a Equipe Cranik
CINEMA, ASPIRINAS E URUBUS
- (Foto Divulgação)
LIVROS SOBRE CINEMA
- CAMISETAS DE FILMES -
MINIATURAS COLECIONÁVEIS
CINEMA, ASPIRINAS E URUBUS
CRÍTICA: CINEMA, ASPIRINAS E URUBUS - “A
história se passa em 1942, mas nos traz mensagens
que caberiam perfeitamente nos dias atuais, talvez
tenha sido exatamente essa idéia, tratar de temas
atuais que já existiam nos anos 40 do século 20,
nessa perspectiva a de se pensar: temas como a
imigração, máquina, desgosto com a sua nação,
ausência de renda e trabalho, e o capitalismo como
conhecemos, sem fronteiras, apenas a sanha de deixar
a sua marca no maior numero possível de territórios.
Mas, vamos ao filme.
Johan(Peter Kenath) é um alemão radicado no Brasil
por conta da iminente guerra, atravessa o território
brasileiro dentro de um caminhão vendendo e
divulgando o remédio para dor de cabeça “Aspirina”,
sim, a mesma que convive conosco atualmente. Nos
confins de Pernambuco, em estradas irregulares e sem
placas, dá uma carona a Ranupho(João Miguel),
pernambucano de humor ácido, que ao saber da missão
do ‘gringo’, o indaga de que maneira ia vender tal
produto aos miseráveis do nordeste, eis que o
capitalismo/publicidade surge, dentro de seu
caminhão, Johan carrega um cinema móvel, com isso,
ele em se não atua como vendedor, apenas apresenta
com o seu cinema “a cura para todos os males”, as
pessoas da cidade longínqua assistem ao rápido
cinema, na tela uma linda propaganda, cenas do Rio
de Janeiro e São Paulo, o povoado se encanta, nasce
à necessidade, a sedução perante o produto, suas
vidas nunca mais serão as mesmas, nem as nossas.
Já estamos completamente capitalizados, fragmentados
por este mercado, o roteiro é impressionante e não
para por aí, pelo contrário, a sua estrada é longa,
em uma das cenas, os já amigos, enquanto Johan se
recupera de um acidente, pede ao amigo que lhe conte
a história de sua vida, este lhe relata a forma como
os nordestinos são tratados no território sudeste,
ao imigrante sobra o deboche, o preconceito, o
trabalho braçal e mal remunerado, repare, outra
problemática lá nos anos 40, mas que convive até
hoje e diariamente com os habitantes das cidades do
eixo econômico brasileiro.
“Cinema, aspirinas e urubus” trata disso e de outros
temas, mas sempre de forma sutil e irônica, há ainda
no longa a questão da sedução da máquina perante ao
homem, a questão territorial, durante o trajeto rumo
a cidade Triunfo, Ranupho vai debochando de sua
terra, que é um buraco, aqui não chega nada,
enquanto Johan lha diz estar equivocado, ‘no seu
país não cai bomba do céu’, mais uma, ‘aqui pode ser
difícil, mas é tão exótico e tranqüilo’, tal
mensagem não poderia vir em momento melhor, quantas
pessoas sonham em largar o Brasil e “ganhar a vida”?
Aqui, pode ser difícil, mas lá fora pode ser ainda
pior!
A direção desta obra brasileira fica por conta de
Marcelo Gomes, Karim Ainouz, o diretor de “Madame
Satã” – outra obra brasileira imperdível – assina a
produção e também o excelente roteiro, além de Karim,
o roteiro contou também com Marcelo Gomes e Paulo
Caldas. Imagino que neste momento, toda a produção
do filme “Cinema, aspirinas e urubus” esteja ansiosa
pelo resultado, se irão ou não representar o Brasil
no Oscar - este filme concorre a uma vaga – mas,
sinceramente, não vejo os empresários de tal
premiação digerirem este filme, pois se trata
exatamente do que é Hollywood hoje, pura publicidade
e lucro.
Título Original: Cinema, Aspirinas e Urubus
Gênero: Drama
Duração: 90 min.
Ano: Brasil - 2005
Distribuidora: Imovision
Direção: Marcelo Gomes
Roteiro: Marcelo Gomes, Paulo Caldas e Karim
Aïnouz
DVD'S
- CD'S
- GAMES ONLINE
- PRESENTES
- CAMISETAS DE FILMES - CONCURSOS
Cena do
Filme CINEMA, ASPIRINAS E URUBUS (Foto Divulgação)
Filme:
Ótimo:
Bom:
Regular:
Crítico: Marcelo
Hailer - Jornalista -
marcelo.hailer@gmail.com
Indique este
filme para um amigo!