RESENHA CRÍTICA DO FILME
"CANÇÕES
DE AMOR"
por Rodolfo Lima -
Jornalista, ator e crítico de cinema -
e-mail:
dicaspravaler@yahoo.com.br
Clique Aqui e conheça a Equipe Cranik
CANÇÕES DE AMOR
- (Foto Divulgação)
CRÍTICA - CANÇÕES DE AMOR - Faço parte
daquelas pessoas que adora um filme com diálogos
musicados. É tão surreal e imprevisível que me
agrada a utopia de tais filmes, atingir o nosso
inconsciente nem sempre com versos românticos, mas
que cabem bem numa música. Nem é preciso dizer que
sou fã, por exemplo, de filmes como Moulin Rouge,
Dreamgirls e 8 Mulheres.
Um dos filmes da 31° Mostra Internacional de Cinema,
trazia entre suas centenas de opção, um musical
francês. “Canções de Amor” (Lês Chansons D,Amour)
(07) resultou num delicioso e singelo filme, onde
temas como morte, ménage a trois e homossexualismo
foram tratados com delicadeza e poesia.
Ismael (Louis Garrel) e Jeanne (Ludivine Sagnier)
formam um casal liberal - ambos lindos e bons atores
- que aceita a permanência de Alice, uma bissexual,
na própria cama. Aparentemente visto como normal o
triângulo amoroso tem um tratamento comum, sem
alardes. Mesmo o diálogo de Jeanne com sua mãe
quando essa expõe a realidade em que vive, não é
vista como algo escandaloso ou punitivo, a mãe reage
de forma passível o que não moraliza o fato da filha
dormir com um homem e uma mulher ao mesmo tempo.
Dividido em três partes que simboliza, a partida, a
ausência e o possível retorno, Christophe Honoré
constrói uma pequena história onde o amor e a sua
falta se tornam combustão para os personagens. O
filme lida com a morte de forma fria e objetiva.
Parece surreal que uma garota de 29 anos morra de
parada cardíaca, mas a vida é imprevisível, então,
aceitamos o fato do protagonista ficar solteiro e
sem rumo.
A forma como a família da garota reage a sua morte
nos mostra que nem toda perda – ou representação
dela – quem regada de choros histéricos, pessimismo
e descrença. A morte para Honoré, ganha cores p&b e
as imagens de tal constatação estão congeladas na
tela, ou seria na memória?
A forma como o filme aborda a tendência homossexual
de Ismael é sem dúvida a melhor parte do filme. Além
de agraciar o espectador com belas imagens do casal
e nos oferecer um romantismo incomum nos dias de
hoje, os textos de Honoré e as canções de Alex
Beaupain retiram o estigma da marginalização que há
no amor entre duas pessoas do mesmo sexo.
Piegas e romântico, Canções de Amor, é agraciado por
ser falado em francês – o que para alguns é motivo
de prazer auditivo – e claro ter Paris como cenário.
Cidade fetiche dos apaixonados. Ainda não tem
previsão de estréia no Brasil, mas se passar - por
exemplo – na TV a cabo um dia desses, confira. Com
certeza uma calma e poética visão sobre o amor. Quem
nos dera se a vida real fosse assim.
FILME:
Ótimo:
Bom:
Regular:
Crítico: Rodolfo Lima
- Jornalista, ator e crítico de cinema - e-mail:
dicaspravaler@yahoo.com.br
Indique esta matéria para um amigo!