BOBBY: Tenho que admitir que os EUA
ultimamente anda produzindo excelentes longas com
temas históricos e, desta vez comentarei sobre o
longa-metragem Bobby, tendo como atores, nada menos
do que Martin Sheen, Emilio Estevez, Demi Moore,
Ashton Kutcher, Helen Hunt, Christian Slater,
William H. Macy, Heather Graham, Lindsay Lohan,
Anthony Hopkins, Laurence Fishburne, Joshua Jackson,
Sharon Stone, Elijah Wood e Shia LaBeouf. Emilio
Estevez, além de ser o diretor, roteirista e
produtor, também atuou no longa - seu pai Martin
Sheen também atuou em Bobby. Emilio demorou 7 anos
para concluir este longa e, um dos principais problemas,
foi a falta de verbas, o que o levou à vender até
seus próprios objetos pessoais; quando sonhamos com
algo e lutamos por nossos objetivos, custa o
que custar, conseguimos atingi-los, pois o
universo sempre conspira ao nosso favor, basta
sonhar, pedir e lutar para alcançá-los.
Cena do Filme "Bobby"
O longa mistura antigas cenas de Robert F. Kennedy (Bobby
Kennedy), candidato à presidência dos EUA. A
história é envolvente e seu desfecho está
praticamente nos 15 minutos finais. Podemos aprender
história com os longas, e Bobby é um deles.
Muitas pessoas se lembram apenas do assassinato de John F.
Kennedy pelo Lee Harvey Osvald, mas antes disso,
Edward Kennedy - irmão de John e Robert - quase
sofreu um atentado de morte por John W. Hinckley,
que desistiu da idéia, preferindo o presidente
Reagan. As histórias não são bem contadas e existe
muita gente que não acredita que Lee Harvey Osvald
tenha sido o assassino de JFK, assim como outros
acreditam que tinha mais uma pessoa com o assassino
de Robert Kennedy, Sirhan Bishara Sirhan, um
palestino anti-semita que vive preso até os dias
atuais, mas, nunca ninguém conseguiu provar a real
existência do outro assassino.
Martin Luther King Jr. e Robert Kennedy
Martin Luther King Jr. é citado várias vezes no
longa, pois após seu assassinato, a população negra
teve muita esperança em dias melhores com Robert
Kennedy na presidência, fato que nunca se consumou.
- Parece que sempre quando surge alguém que faz ou
pode fazer a diferença, morre cedo, e, não só nos
EUA, como em praticamente todos os lugares do mundo.
Já escrevi sobre Mohandas Gandhi que, fez muito pelo mundo,
mas foi assassinado por um louco (assassino: Nathuram Vinayak Godse - 1910-1949). Mas apesar da
triste história, sempre torcemos por dias melhores
e, uma boa parte da população dos EUA com certeza
torce por Barack Obama, pré-candidato negro
democrata às eleições presidenciais americanas de
2008 - com certeza, Martin Luther King Jr. renasceu
para muitos que esperavam por dias melhores.
O real assassino de Robert Kennedy, Sirhan Bishara Sirhan
(Foto 1) e Robert Kennedy sendo socorrido por um
ajudante de cozinha (Foto 2).
O longa-metragem "Bobby" está honrosamente guardado
na minha coleção de DVD's como um dos melhores
filmes históricos já produzidos, assim como alguns
poucos outros. Os cineastas do Brasil investem muito
em histórias sobre a ditadura militar, pobreza e a
violência dos dias atuais, parece que 90% dos nossos
filmes retratam estes temas: ditadura militar,
pobreza e violência... até que acho bom, é um grito
para o mundo e nossas autoridades, mas às vezes
canso dos mesmos temas e, quando mudam de
estilo, a história é sem graça e sem fundamento - o longa que irá nos
representar no Oscar® é sobre a Ditadura Militar "O
Dia em que meus pais saíram de férias", mas o
correto no título seria "O dia em que meus pais
saíram 'em férias'" e não " de férias". A história é
bacana, mas estou cansado de ouvir histórias sobre a
Ditadura Militar. Por que não retratam os antigos
heróis de nossa história assim como os EUA faz? Eles
são bons porque sabem homenagear seus heróis,
celebram com orgulho as pessoas que fizeram a
diferença em seu país. É
por isso que o Brasil não é muito bem visto em
outros países, porque levam somente a história dos
nossos piores momentos para o cinema, se esquecendo
dos nomes das pessoas que marcaram época no Brasil.
Robert Kennedy com o irmão JFK
Voltando ao longa "Bobby", o elenco é impecável e,
pena que o ator Antony Hopkins, o nº 01, TOP da
minha lista de atores, faz um pequeno papel, mas
mesmo assim, como sempre, muito bem trabalhado. Com
um elenco de peso como este, dá para saber
tranqüilamente porque o diretor Emilio Estevez e seu
pai também atuaram, digamos que, na minha opinião,
foi também para diminuir os gastos com o elenco. Como disse
anteriormente, o desfecho foi nos minutos finais;
dramático. Emilio retratou muito bem as cenas e usou
atores parecidos com as pessoas reais que viveram no
momento do assassinato de Robert Kennedy.
Recomendadíssimo...
Ficha Técnica
Título Original: Bobby
Gênero: Drama
Duração: 120 min.
Ano: EUA - 2006
Distribuidoras: The Weinstein Company/Imagem Filmes
Direção e Roteiro: Emilio Estevez
Site Oficial:
www.bobby-the-movie.com
Crítico:
Ademir Pascale é
ativista cultural, crítico de cinema, editor e criador do portal Cranik
www.cranik.com ,
www.divulgalivros.org e do projeto de inclusão social
e cultural "Vá ao cinema!". Contatos para matérias
em Jornais, Sites ou Revistas, e-mail: ademir@cranik.com
*Crédito das fotos:
www.medaloffreedom.com
www.historyplace.com
www.oorei.com
www.blogging.no Bibliografia: Livro: Tentativas,
Atentados e Assassinatos que Estremeceram o Mundo
- Stephen J. Spignesi, editora M.Books