RESENHA CRÍTICA "BLADE RUNNER - O CAÇADOR DE
ANDRÓIDES"
por Renato Alves -
rjasss@hotmail.com
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BLADE RUNNER - O CAÇADOR DE ANDRÓIDES
- (Foto
Divulgação)
BLADE RUNNER - O CAÇADOR DE ANDRÓIDES
Sou fã confesso de versões estendidas
dos filmes. Em minha coleção particular sempre tem
espaço para esses dvds que, as vezes, possuem um ou
dois minutos a mais do que a versão normal. Não me
importo com o tempo inserido. Compro para comparar a
simples e a especial sempre que posso. Tentando
encontrar cada segundo a mais de produção ou cada
pequena diferença inserida. A edição especial de
Blade Runner se não for a melhor edição lançada em
DVD está disputando no alto do ranking, com todos os
méritos.
A trajetória de Blade Runner é ricamente contada nos
documentários que acompanham a edição especial com
três DVDs com quatro diferentes versões do filme, as
duas de 1982 (Versão para cinema EUA e Versão para
cinema internacional), a Versão do diretor (1992) e
a Versão final do diretor (2007). Dez anos depois de
seu lançamento, o filme chegou aos DVDs com uma
"versão do diretor" (Director's Cut, 1992), montada
a partir da edição que Scott aprovou originalmente.
Essa versão e a que chega agora ao DVD, HD-DVD e Blu
Ray (Final Cut), são parecidíssimas. A diferença é
que a última teve algumas cenas estendidas - há até
uma sutil refilmagem, com Zhora (Joanna Cassidy)
fugindo do Caçador . Efeitos especiais, som, tudo
foi "reformado" e o filme, que completou em 2007 25
anos de idade, parece ter sido feito ontem.
Cena do filme "Blade Runner - O Caçador de
Andróides" - Foto Divulgação.
Sinopse - Blade Runner — O Caçador de
Andróides estreou em 1982 e foi ignorado por
público e crítica, para logo em seguida se tornar
filme de culto, pioneiro de uma estética visual que
marcaria as décadas seguintes e visionário na
abordagem de temas científicos e sociais que
entrariam em pauta no mundo contemporânea.
O filme ilustra uma visão negra e futurística de Los
Angeles em novembro de 2019, período em que a
humanidade inicia sua colonização espacial. Para
isso, cria seres geneticamente alterados, os
replicantes, para serem utilizados em tarefas
pesadas, perigosas ou degradantes nas novas colonias.
Fabricados pela Tyrell Corporation como sendo "mais
humanos que os humanos", os modelos Nexus-6 são
fisicamente idênticos aos humanos, porém mais fortes
e ágeis. Devido a problemas de instabilidade
emocional, grande agressividade e reduzida empatia,
os replicantes têm um período de vida limitado a 4
anos. Após um motim, a presença dos replicantes na
Terra é proibida, sendo criada uma força policial
especial, os Blade Runners, para os caçar e matar.
A história é ambientada em Los Angeles. O clima
quente e ensolarado é substituído por uma metrópole
de formas e cores sinistras, onde uma superpopulação
se amontoa em arranha-céus decadentes, corroídos por
uma incessante chuva ácida que teima em cair. É
nesse decadente planeta Terra que vive o detetive
Deckard, interpretado por Harrison Ford. Ele é
convocado por seus superiores a realizar um último
trabalho. Exterminar ("aposentar" é o termo técnico)
quatro andróides desertores, chamados de Replicantes,
que fugiram à cidade após uma rebelião em um sistema
estelar. O detalhe é que essa geração de andróides é
o mais próximo que os humanos chegaram da perfeição
robótica. Além de serem dotados de grande
inteligência, agilidade e força física, os
replicantes têm um objetivo a ser alcançado: A busca
por mais tempo de vida.
A história é baseada na obra de Philip K. Dick, Do
Androids Dream of Eletric Sheep?, e foi adaptada
pelos roteiristas Hampton Fancher e David Peoples. A
direção ficou a cargo Ridley Scott (Gladiador). O
elenco de Blade Runner é composto por Sean Young,
Edward James Olmos, Daryl Hannah e Rutger Hauer, em
seu melhor papel. É dele o momento mais tocante do
filme, quando profere a frase "todos esses momentos
ficarão perdidos no tempo, como lágrimas na chuva".
Blade Runner é uma das vítimas mais notáveis da
indústria do cinema na história. O clima sombrio e
pessimista da versão entregue por Ridley Scott foi
amenizado pelo estúdio para o lançamento nas telas.
Primeiro, os gênios hollywoodianos resolveram que a
produção carecia de explicações. Assim, Roland
Kibbee, premiado por seu trabalho na série Columbo,
foi chamado para escrever toda a simplista narração
em off do personagem de Harrison Ford. Esse foi o
último trabalho da carreira do roteirista, que
morreu dois anos depois.
Além disso, toda e qualquer referência à irônica
idéia de que Deckard seria também um replicante
foram extirpadas da montagem (os sonhos, o unicórnio
de papel). Pra completar, um final feliz, com o
Caçador de Andróides e a bela Rachael (Young)
fugindo juntos para as montanhas foi inserido. A
cena final, criada a partir de sobras de filmagens
deixadas na sala de edição por Stanley Kubrick
quando dirigiu seu O Iluminado (1980), mostra uma
estrada subindo belas montanhas nevadas. Absurdo...
parte do apelo do filme é sua visão, quase
profética, em mostrar problemas como a
superpopulação e a mudança climática - e o tempo
todo é martelado no público que fugir para as
colônias espaciais é o único meio possível de
felicidade (o dirigível está presente em todo o
filme, mesmo nas cenas internas, através da luz). A
existência de um cenário idílico como aquele do
final do filme original vai de encontro a todos os
conceitos estabelecidos durante toda a história.
Ao chegar ao final de todo esse rico material em dvd,
descobrimos que não importa a versão que mais
agrada, o fundamental é conhecer e se deliciar com
uma obra que não tem precedentes na história do
cinema futurista.
Cena do filme "Blade Runner - O Caçador de
Andróides" - Foto Divulgação.
FILME:
Ótimo:
Bom:
Regular:
Crítico: Crítico: Renato Alves
– Jornalista e Professor de Cinema -
rjasss@hotmail.com
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