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FILME "A ÚLTIMA CARTADA"   
por Vinicius Vieira - vvinicius@hotmail.com 
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A ÚLTIMA CARTADA - FOTO DIVULGAÇÃO

A ÚLTIMA CARTADA

CRÍTICA - A ÚLTIMA CARTADA: Se Joe Carnahan tinha ganhado algum respeito como diretor depois do cultuado “Narc”, agora com seu mais recente “A Última Cartada” das duas uma: ou sua carreira vai para o vinagre e ele vai para o Alaska se esconder de vergonha, ou, ele vai para o Alaska, do mesmo jeito, se esconder de vergonha, só que apenas por um tempo, na volta, torce para que o mesmo cara que fez “Narc” renasça em um novo projeto, mas de qualquer jeito, para todo sempre vai conviver com esse borrão na sua carreira.

Analisando o filme friamente se tem a impressão que Carnahan tentou fazer algo inovador, cheio de ação, tiroteios, personagens interessantes e uma trama até certo ponto interessante, mas derrapa quando coloca tudo isso junto, em um roteiro confuso que não prende o público e até irrita em certos momentos, pouco original e sem empolgação.

Mesmo com a direção ágil e estilosa e a ótima fotografia de Mauro Fiore (“Dia de Treinamento”), o filme peca em se levar a sério demais, quando se pendesse um pouco mais para o humor, talvez obtivesse um resultado um pouco menos embaraçoso. O inglês Guy Ritchie fez isso duas vezes (“Jogos, Trapaças e Dois Canos Fumegantes” e “Snatch”) e acertou na mosca em ambas.

É impossível falar de “A Última Cartada” e não compará-lo com os filmes de Ritchie, e isso acaba destruindo um pouco mais o filme de Carnahan, já que ele está à milhas de distância dos dois.

No filme, Buddy “Aces” Israel (Jeremy Piven) é um mágico de Las Vegas que acaba se metendo com a máfia e cometendo o maior dos erros, tentar passar na frente de quem não pode. Com medo de represálias, acaba fazendo um acordo com o FBI de entregar todo o esquema criminoso em troca do famoso programa de proteção de testemunhas.

Enquanto Buddy Israel espera pela chegada do FBI em um hotel em Lake Tahoe, a máfia acaba pondo sua cabeça a prêmio, um milhão para quem acabar com ele e trazer seu coração, e esse é o ponto de partida para o famoso “samba do matador doido”, onde todo tipo de assassino contratado acaba dando um jeito de ir atrás do prêmio, ao mesmo tempo em que a dupla do FBI corre contra o tempo para chegar antes deles e levar a testemunha com segurança.

A grande sacada do filme parecia ser o “zoológico” de psicopatas tentando chegar à cobertura do hotel, mas no final das contas, acaba que a maioria deles não tem nada de tão interessante, o trio nazista-caipira-insandecido parecendo ter vindo direto de um filme do “Mad Max”, os Tremors, acabam sendo as figuras mais interessantes, mas tem pouca ação e um tempo curto na tela.

E o mesmo se pode dizer de todo e qualquer outro personagem, tudo muito mal aproveitado, um verdadeiro desperdício, já que o elenco está repleto de bons atores, Bem Afleck, como um dos contratados, Ryan Reynolds, Ray Liotta e Andy Garcia do lado do FBI, entre muitas outras caras conhecidas que passam voando na tela.

A única exceção aparece no centro de toda trama, com Jeremy Piven e seu Buddy “Aces” Israel. Aparentemente, depois de uma longa carreira como “aquele cara que fez aquele filme, mas eu não sei o nome” está sendo descoberto por Hollywood. Piven cria um personagem totalmente transtornado que vai se destruindo aos poucos, e realmente é a única coisa que presta no filme.

Tendo custado 17 milhões de dólares, “A Última Cartada” já rendeu 54 milhões no mundo inteiro, se tornando um sucesso comercial, por um lado, uma informação que deprimi, por outro cria uma esperança que Joe Carnahan se redima em seu próximo filme “Pride and Glory” que parece ser mais a cara de “Narc”, tratando de corrupção policial, com Collin Farrel e Edward Norton no elenco. 

Título Original: Smokin' Aces
Gênero: Suspense
Duração: 109 min.
Ano: EUA/Inglaterra/França - 2007
Distribuição: Universal Pictures / UIP
Direção e roteiro: Joe Carnahan

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Crítico: Vinicius Vieira - Jornalista - vvinicius@hotmail.com

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