RESENHA
CRÍTICA
"A
RAINHA"
por Rodolfo Lima -
Jornalista, ator e crítico de cinema -
e-mail:
dicaspravaler@yahoo.com.br
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A RAINHA
- (Foto Divulgação)
CRÍTICA - A RAINHA - Assim como Philip
Seymour Hoffman e “seu” Truman Capote, Mirren
despontou como melhor atriz em 2006 e abocanhou os
principais prêmios cinematográficos do ano pela sua
interpretação da Rainha Elizabeth 2°. Sua
interpretação contida e o viés humanizado do
roteiro, fizeram com que toda a frieza da monarquia
inglesa viesse abaixo com as nuances na composição
de personagem feita por Miller.
A Academia parece aprovar e “coroar” atores que
interpretam pessoas reais. Foi assim com Hilary
Swank (Meninos Não Choram - 1999), Reese Whiterspoon
(Jhonny e June - 2005), Forrest Whitaker (O último
Rei da Escócia -2006), Cate Blanchett (O Aviador
-2004), Nicole Kidman (As Horas -2002) - só para
citar alguns. Embora o roteiro de Peter Morgan não
seja baseado em diálogos reais – se trata de uma
suposição – a personagem é grandiosa por si só.
A mulher dividida entre o conservadorismo da
monarquia, a modernidade e as jogadas da mídia,
revela um sistema falido que se sustenta, sabe-se
Deus por que. A república pode funcionar na prática,
mas o que o filme de Stephen Frears (Sra Henderson
apresenta) mostra, é um sistema “capenga”. No fundo,
o filme é uma crítica declarada. Para que serve uma
rainha nos dia atuais?
O filme examina os dias após a morte da Princesa
Diana, desafeto declarado da família real, o poder
da mídia – nas decisões da realeza - e a manipulação
de quem esta no poder. O jogo armado para que a
monarquia não contrarie seus súditos, só revela a
hipocrisia de quem detém o poder. As jogadas de Tony
Blair é outro excelente exemplo do poder da
manipulação das palavras.
A referencia que há entre a morte de Diana e o
animal que a rainha visualiza durante um passeio
pela sua propriedade é o grande momento do filme. A
rainha está fragilizada com a pressão, se comove com
um animal, porém é incapaz de fazer o mesmo pela sua
ex-nora. O restante da família de Diana não faz
diferença: os filhos de Diana não aparecem e Charles
é nada menos que uma peça no jogo.
A Rainha não é um filme arrebatador e sua
interpretação não é perturbadora como a professora
de Judi Dench (Notas sobre um escândalo), que
merecia tanto quanto ou até mais que Mirren, a
estatueta. O filme é antes de tudo uma grande
hipótese sobre uma realidade baseada em aparências.
Título Original: The Queen
Gênero: Drama
Duração: 97 min.
Ano: Inglaterra/França/Itália - 2006
Distribuidoras: Miramax Films/Europa Filmes
Direção: Stephen Frears
Roteiro: Peter Morgan
Site Oficial:
www.thequeen-movie.com
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Cena do filme A RAINHA - Foto Divulgação.
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Crítico: Rodolfo Lima
- Jornalista, ator e crítico de cinema - e-mail:
dicaspravaler@yahoo.com.br
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