RESENHA CRÍTICA "A MORTE PEDE CARONA"
por Vinicius Vieira -
vvinicius@hotmail.com
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A MORTE PEDE CARONA - (Foto Divulgação)
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CRÍTICA - A MORTE PEDE CARONA:
Acho que poucas vezes
dei de cara com uma refilmagem tão desnecessária
quanto “A Morte Pede Carona”, além de o original ser
relativamente novo, de 1986, mas que, por ter se
tornado meio “cult”, ainda hoje é popular, ganhou
uma seqüência há menos de cinco anos, indo direto
para as locadoras (coisa que é quase um prêmio, já
que o filme é horrível), e se não bastasse só isso,
essa nova versão não tem nada daquilo que foi feito
há três décadas.
Logicamente, eu seria inocente demais, se não
enxergasse os cifrões por trás do título do filme,
mas depois de um resultado tão pífio, é impossível
não se perguntar se o filme teria potencial até para
ir direto paras a locadoras.
A premissa é a mesma do original, um casal (no
original só o motorista) dá carona para um cara pra
lá de estranho, que em poucos momentos se mostra um
psicopata que resolve acabar com vida deles,
começando ai uma perseguição implacável.
O trio de roteiristas Eric Red (responsável pelo
original e pela seqüência), Jake Wade Wall e Eric
Bannet, na tentativa de modernizar a história para
um novo público, destroem toda e qualquer
possibilidade de o filme ser minimamente decente,
criando uma história que cansa, com um uma
enormidade de momentos em que não acontecem nada,
sem criar suspense ou tensão, jogando toda a tal
perseguição implacável no lixo, além de conseguirem
criar a dupla de protagonistas mais burra da
história do cinema, diante de situações quase mais
burras e óbvias que eles.
O casal afim de fugir do assassino, perderem ele de
vista (dando claramente a vantagem para ele) e
fugindo para um galpão mínimo, obviamente sem saída,
é vergonhoso, sem contar que parecem resolver se
tornarem foras-da-lei, já que um mínimo de
inteligência os fariam descobrir que, fugirem da
delegacia os colocaria como acusados, e mesmo depois
disso, seria impossível qualquer acusação contra
eles não cair por água, diante de qualquer polícia
técnica (em um tempo que CSI é o seriado mais
assistido do mundo, isso não é novidade nenhuma).
Mas tudo bem, alguém pode falar que esse tipo de
burrice é o que move os personagens dos filmes de
terror, que sempre sobem a escada fugindo do
assassino e que cortam caminho nos lugares mais
ermos dos Estados Unidos, mas fiquem sabendo que a
função do roteiro é fazer esse tipo de clichê ser
engolido pelo espectador como uma verdade, coisa que
o trio não faz, a não ser que um personagem falando
“não, mesmo depois de quase sermos mortos por um
maluco, dentro do meu próprio carro, você perder o
celular e estar chorando desesperadoramente nas
última horas, não vamos voltar para casa, vamos
curtir o feriado com suas amigas” seja uma razão
para você, para mim não.
E no quesito diálogo, de onde essa pérola acima foi
tirada (não é exatamente isso, mas está perto), o
público ainda ganha frases como a mocinha gritando
“EU TENHO UMA ARMA!!!” ao invés de encher o bandido
de bala, pouco depois de seu namorado (esse sim,
muito burro) falar a celebre frase “vou buscar sei
lá o que, e já volto”, parecendo esquecer a
existência do digníssimo senhor psicopata, que vinha
perseguindo-os a mais de dois dias. Um doce para
quem adivinhar seu destino.
Esse erro em forma de filme tem mais um culpado, o
diretor estreante Dave Meyers (que devia voltar a
fazer vídeo-clipes em quanto é tempo) que até mostra
que tem um certo estilo, principalmente quando
resolve colocar a câmera na linha da estrada,
criando belas imagens (sem função, mais ainda
bonitas), como na cena inicial com o coelhinho sendo
atropelado, e no final com a protagonista
confrontando o vilão, mostrando até como usar muito
bem toda extensão da tela do cinema e como eles
estão sozinhos naquele “mundo”, mas que sempre é
interrompido um algum tipo de corte desnecessário,
que quase não dá tempo aos olhos de apreciarem a
imagem.
Meyers ainda erra feio ao não conseguir impor
qualquer tipo de suspense, mostrando um pouco demais
de tudo, a cara do vilão no começo, que poderia só
ser apresentado quando ele pega a carona em sí.
Além disso, ainda teima em usar slow motion em cenas
totalmente desnecessárias, como o carro voando, ou a
mocinha saindo do camburão, ao melhor estilo Rambo,
é bom lembrar ainda da seqüência da perseguição do
casal pela polícia, que é interrompida pelo vilão em
um Pontiac Tran Am (provavelmente tirado do bolso do
sobretudo) que além de acabar com todos carros da
polícia, ainda tira de ação um helicóptero, coisa
que faria até John McClane ruborizar de vergonha.
O filme ainda joga baixo apresentando a linda Sophia
Bush em sua micro-sáia para deslocar os olhos
masculinos de toda e qualquer outra coisa em seus 84
minutos, mas uma coisa eu garanto, mesmo com toda
minha testosterona ebulindo a cada frame, chega uma
hora que você se pergunta por que uma saia tão
curta, e no que aquilo influencia a história, e
ainda até, por que o diretor mostra ela trocando de
roupa dentro do carro no começo do filme e mais
tarde no hotel? Tudo bem, as duas trocadas de roupa
dela no filme, valem a pena, na verdade to começando
até a achar que mais umas três mudanças de roupa
salvariam o filme.
Ficha Técnica
Título Original: The Hitcher
Gênero: Terror
Duração: 84 min.
Ano: EUA - 2007
Distribuição: Rogue Pictures / Paris Filmes
Direção: Dave Meyers
Roteiro: Eric Red, Eric Bernt e Jake Wade
Wall, baseado em roteiro de Eric Red
Site Oficial:
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FILME:
Ótimo:
Bom:
Regular:
Crítico: Vinicius
Vieira - Jornalista -
vvinicius@hotmail.com
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