RESENHA CRÍTICA DO FILME "A CONQUISTA DA HONRA"
por Vinicius Vieira -
vvinicius@hotmail.com
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A CONQUISTA DA HONRA - Foto Divulgação
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A CONQUISTA DA HONRA
Crítica - A CONQUISTA DA HONRA - Se Hollywood
tivesse um Olímpo, provavelmente Clint Eastwood
teria seu lugar lá, tendo feito a transição perfeita
entre a frente das câmeras e a cadeira de diretor,
hoje, o septuagenário, ainda mostra que tem fôlego
para mais muitos e muitos anos de cinema, e pelo
andar da carruagem, longe também de qualquer tipo de
descida em sua carreira.
De alguns anos para cá o pistoleiro sem nome dos
filmes de faroeste espaguete de Sergio Leone, vem
pondo em prática toda sua experiência nas telas, a
cada filme que lança, mostra um pouco mais do quanto
evoluiu como cineasta, e agora é a vez de vermos a
Segunda Grande Guerra (SGG) pelo ângulo de Eastwood,
e como já era de se esperar, um ângulo um pouco
diferente.
“A Conquista da Honra” não é um filme comum,
primeiro por tratar de um período meio que esquecido
pelo próprio cinema, (tirando o maravilhoso “Além da
Linha Vermelha”) o chamado “Conflito do Pacífico”,
onde os aliados, principalmente os yankees, foram de
encontro ao Japão a fim de acabar com o único braço
do Eixo que ainda não tinha caído.
A outra diferença do filme vem de como é tratada a
história, adaptada do livro de James Bradley e Ron
Powers (o primeiro, filho de um dos heróis do
filme), ambos tratam da famosa batalha de Iwo Jima,
ilhota da costa nipônica a 1200 km de Tóquio, dada
como importante ponto estratégico para ambos os
lados. É lá que se dá aquela famosa foto onde cinco
fuzileiros e um médico (pai do escritor do livro)
hasteiam uma bandeira norte-americana que até hoje é
um dos símbolos da SGG, mas foi lá também que houve
um dos maiores massacres da mesma guerra, mais de
cinco mil aliados mortos e 500 desaparecidos, do
lado do Japão as baixas chegaram a 20 mil.
O filme toma como ponto de partida o hasteamento da
bandeira e, como a foto tirada daquele momento mudou
o andamento dos últimos dias da guerra nos Estados
Unidos, promovendo três dos soldados que foram
capturados naquela fotografia em heróis de uma
nação.
Mesmo que, a primeira vista, o novo filme de
Eastwood possa parecer mais um daqueles exemplares
de patriotada americana, o diretor consegue com
muita habilidade mostrar uma história que não
glorifica a nação, pelo contrário, e sim os jovens
que deram sua vida por ela, sem nem ao menos saber
pelo que estavam lutando.
Com um ótimo roteiro escrito por Willian Broyles
Jr., que já tinha feito um ótimo trabalho em
“Soldado Anônimo” em parceria com o oscarizado Paul
Higgis de “Crash” e “Menina de Ouro”, “A Conquista
da Honra” vai mostrando ao mesmo tempo a busca do
próprio escritor James Bradley pela história da
batalha, enquanto voltamos no tempo e somos
apresentados aos três sobreviventes em uma turnê
pelos Estados Unidos para angariar dinheiro para a
guerra, mas que ainda são perseguidos pelas memórias
da batalha.
De um jeito bem simples o filme vai pulando entre
essas três épocas, para mostrar que, enquanto esses
soldados batem de frente com exército japonês, que
não tem nada a perder, e vão até os últimos limites
de sua honra, do outro lado do pacífico as
autoridades americanas só estão preocupados em
pintar essa guerra com cores mais coloridas e
arrumar mais dinheiro.
Até certo ponto, Eastwood, se mostra preocupado em
mostrar um quadro cruel da guerra, aonde quem ia
para o front não passava de peões sacrificáveis, mas
não se preocupa muito em aprofundar essa crítica,
deixando o filme um pouco leve demais, você enxerga
ali uma oportunidade de explorar mais o quanto o
exército aliado estendia uma guerra que já tinha
acabado, mas isso fica esquecido.
Do mesmo jeito que não desenvolve tão bem como
poderia os próprios personagens, que acabam apenas
desfilando pela tela, sem muita importância, coisa
que fica claro quando alguém morre e você
praticamente não dá a mínima para isso.
Mas tirando esse problema, o diretor faz um filme
tecnicamente muito acima da média, repletos de
imagens de tirar o fôlego, grandiosas e empolgantes,
como um filme de guerra deve ser. Como se é de
esperar (desde o “Soldado Ryan”), o desembarque das
tropas na ilha é um espetáculo a parte, mas que não
fica sozinho, junto com os ataques dos navios e
aviões aliados, que são verdadeiras pinturas em
movimento.
Por mais que “A Conquista da Honra” não seja um
filme que empolgue tanto, ainda é um ótimo trabalho
do diretor, e com certeza vai agradar a maior parte
do público.
Título Original: Flags of Our Fathers
Gênero: Drama
Duração: 132 min.
Ano: EUA - 2006
Distribuidoras: DreamWorks Distribution LLC /
Warner Bros. / Paramount Pictures
Direção: Clint Eastwood
Roteiro: William Broyles Jr. e Paul Haggis,
baseado em livro de Ron Powers e James Bradley
Site Oficial:
www.aconquistadahonra.com.br
*Leia também "Cartas de Iwo Jima":
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Cena do filme
A CONQUISTA DA HONRA - (Foto Divulgação).
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Crítico: Vinicius
Vieira - Jornalista -
vvinicius@hotmail.com
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