RESENHA CRÍTICA
"A CASA DE ALICE (FILME A CASA DE ALICE)"
por Rodolfo Lima -
Jornalista, ator e crítico de cinema -
e-mail:
dicaspravaler@yahoo.com.br
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A CASA DE ALICE - Foto Divulgação
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CRÍTICA - A CASA DE ALICE - O conceito
de família como modelo a ser seguido, está em crise
há muito tempo. Filmes que abordam famílias fora dos
padrões tidos normais são comuns em filmes
independentes. Todd Solondz (“Felicidade”,
“Bem-vindo a casa de bonecas” e “Palindromes”) é um
bom exemplo de cineasta que revela as mazelas
embutida na família americana. Exemplos brasileiros
são raros.
A Casa de Alice é uma interessante e
triste radiografia da família suburbana brasileira.
No filme de Chico Teixeira não há concessões,
repostas ou julgamento. Ao entrar no cinema somos
convidados a observar a família dos outros. Poderia
ser a nossa?!
Alice (Carla Ribas) é uma manicure, mãe de três
filhos, com um casamento falido. Divide seu tempo
entre o papo com a mãe, com as colegas do trabalho e
com as clientes. Suburbana, Alice tem desejos como
qualquer mulher. Mente para não ser sentir
ridicularizada, como qualquer um de nós. E
inevitavelmente cobiça o homem alheio, assim como
cobiçam o seu.
Estampar a roleta russa a que estamos sujeitos, onde
o que fazemos retorna para nós de alguma forma, tem
em A Casa de Alice um excelente exemplo. Carla dá
brilho e intensidade á personagem, sem ser piegas.
Na medida, oferece a nós um retrato de uma
quarentona tendo que lidar com seus anseios e
desejos, enquanto acompanha – sem se envolver – a
ruína da própria família. Alice também está em
ruínas. A procura de respostas, de abrigo, de
refugio.
O universo feminino tem um tratamento triste no
papel interpretado por Berta Zemel. Matriarca da
família, incompreendida, sofrendo com a indiferença
dos machos da família, a avó tem sua rotina
modificada quando começa a sofrer seqüelas da idade.
Sutil e denso o retrato de sua rotina pesa no
expectador. Lavar, cozinhar, passar e não ter com
quem conversar é uma rotina habitual do universo
feminino.
Na casa de Alice o marido é infiel e insensível. Zé
Carlos Machado dá vida ao estereotipo do homem
machista e grosseiro. Lucas (Vinicius Zinn) o irmão
mais velho segue o modelo do pai. É indiferente com
as mulheres da casa, não se entende com o irmão do
meio e só se comunica e demonstra afeto pelo caçula
(Felipe Massuia). Michê nas horas vagas, Lucas é
ciumento e hipócrita.
Edinho (Ricardo Vilaça) comete pequenos delitos e se
comunica com seus familiares da forma que consegue,
aos pedaços. Seja quando empresta o rádio para o
irmão mais novo, ou quando conserta o da avó.
Retratados sem maniqueísmos os familiares de Alice,
não são meros simulacros. São verossímeis e se não
residem dentro da nossa casa, estão ao lado, no
parente distante. O machismo arcaico está muito bem
retratado na cena em que todos estão comendo e a
salada passa de mão em mão. Uma das ótimas cenas do
filme de Teixeira.
Ver A Casa de Alice não é divertido. O riso surge do
nervoso de se identificar com as mazelas que
aprisionam aquelas pessoas em seus mundos caóticos e
sem esperança. Longe das histórias regionalistas e
das produções açucaradas da Globo Filmes, A Casa de
Alice, surpreende e se destaca. Confira.
Título Original: A
Casa de Alice
Gênero: Drama
Duração: 90 min.
Ano: Brasil
- 2007
Distribuidora:
Imovision
Direção: Chico
Teixeira
Roteiro:
Chico Teixeira, Júlio Pessoa, Sabina Anzuategui e
Marcelo Gomes
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Cena do filme "A Casa de Alice" - Foto Divulgação
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Crítico: Rodolfo Lima
- Jornalista, ator e crítico de cinema - e-mail:
dicaspravaler@yahoo.com.br
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