RESENHA CRÍTICA DO FILME
"500 DIAS COM ELA"
por Rodolfo Lima -
Jornalista, ator e crítico de cinema -
e-mail:
dicaspravaler@yahoo.com.br
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500 DIAS COM ELA
- (Foto Divulgação)
CRÍTICA - 500 DIAS COM ELA - Summer (Zooey
Deschanel) é uma garota descolada, moderna, leve e
não apegada ao outro. Acredita que relacionamentos
são efêmeros, merecem ser vivenciados no presente e
criar expectativas para um futuro a dois está fora
dos seus planos. Ou seja, um pensamento e uma
postura desejada por muitos, conceituado por vários
e concretizado na prática por poucos. Summer é uma
persona utópica, poucos conseguem viver seguindo os
próprios princípios. Ideal, porque como todos nós,
falível.
Tom (Joseph Gordon-Levitt) é o típico romântico,
funcionário entediado com o emprego, que vê o amor
nascer nos olhos azuis de Summer. Ela é como um
verão para seus dias cinzentos e apáticos. Arquiteto
frustrado, Tom acredita no amor, numa vida a dois e
em pequenas epifanias cotidianas. Sensível e
divertido, ele é o par ideal para ela, que não quer
se apegar a nada – além dos momentos que podem ser
compartilhados.
Summer e Tom formam a dupla “fofa” de “500 dias com
ela”. Descolado, divertido, diferente e positivo, o
filme de Marc Webber trafega nos descaminhos do
amor, sem parecer um
“açucarado-romance-pós-adolescente” e nem tem o
ranço de “adultos-desacreditados-no-amor-e
que-terão-uma-segunda-chance”. Nada contra os
estereótipos citados.
“500 dias com ela” revela que o encontro com o amor
ou a possibilidade de, se dá por diversas vias. Ora
pelo acaso, ora por uma força das circunstâncias e
outras por nossa própria conta – ou vontade.
Tom se ilude por Summer? Summer Sacaneia com o fofo
e desolado Tom? Quem está errado? Ele de não ter seu
amor correspondido ou ela de não se “enroscar” numa
história que carece de um impulso vital e
irracional.
Ao som da melancolia da banda The Smiths, dos
desenhos do protagonista, da desilusão e da
esperança do “amor novamente um dia”, Webber traça
um panorama generoso das relações amorosas
contemporâneas e evita o tom pessimista e/ou
carrancudo.
Tanto Tom quanto Summer não estão errados. É
justamente essa dialética na postura de ambos que
faz com que o filme pareça tão verossímil e
pertinente mesmo não tendo uma narrativa linear e se
utilizando de clichês ao retratar o amor.
O jornalista Luiz Carlos Merten no jornal O Estado
de São Paulo disse que dificilmente veríamos no
cinema – em 2009 - um filme tão feliz quanto “500
dias...”. Diria que irá demorar para vermos um filme
que nos estimule a vivenciar a paixão na próxima
esquina, mesmo correndo o risco de sermos patéticos,
piegas, românticos e acabarmos frustrados.
FILME:
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Crítico: Rodolfo Lima
- Jornalista, ator e crítico de cinema - e-mail:
dicaspravaler@yahoo.com.br
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